terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Suave novidade


Uma história, muitas memórias, tantas canções, inúmeros retratos, dois corações...
Alguns lugares, distintas calçadas, incertos caminhos, novas escolhas, uma direção, outra companhia.

A vida nos impulsiona a jogá-la e a gente nunca joga pra perder, mas, às vezes perde; porém em outras tantas a gente ganha. Creio que até a própria perda significa, na realidade, ganhos. Pois quando o que era bom deixa de ser, a gente abre mão e ai o que poderíamos chamar de dano vira ganho. E esse detrimento se torna talvez ganhar outra história, outra companhia, é a hora de revelar novos retratos, freqüentar outros lugares, conhecer novos caminhos, trilhar novas estradas e buscar sim uma outra direção... É hora de descer da velha carroça e procurar uma charrete mais revigorada, uma que não dê tantos tombos, pois embora a velha e singela carroça fosse bem vista e retratasse pureza, deixava dores e causava insatisfação, a viagem era dura e o sol castigava, desbotando os desenhos que os olhos criavam e o coração pintava. Seja talvez, o momento de remover com cuidado aquelas muitas memórias em preto e branco para que a nova primavera, que se anuncia possa decalcar as novas flores, pintando-as com outras cores, hoje mais vibrantes, todavia não mais com tinta e pincéis que a chuva borra quando cai, mas com giz de cera que a cada gota as resplandecem com perfeição; vamos depressa receber as três-marias com cantigas que cantam desafios, cantigas que os arranjos lembram a alegria que agora se carrega na bagagem da simples e perfumada carruagem. Assim, com o novo destino se traçando é a vez de viajar por incertos caminhos, descansar em notáveis calçadas, estender a afável esteira que se põe a nos abraçar e sorrir, desbravando novas gargalhadas que se fizeram escondidas no tempo; e seguiremos, mas já sem se perder e sem calar esse festejo que acontece em nós; não deixaremos mais os beijos se submergirem ou se esquivarem na estação, como fizeram aqueles velhos corações que se perderam. Iremos imediatamente viver tendo o ameno som dos pássaros em nós, para que assim possamos regozijar a paz de dois corações que agora pulsa em um.

Aryanne Alves

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