quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Por ora, ficarei na minha chuva!

                                                                                                     Imagem: Google

Hoje estive pensando... E calada no meu canto, ouvindo a minha própria voz e entrelaçada aos meus sentimentos modestos, fui me sentindo boba, meio tola; isso por conta da entrega insana que costumo dar as pessoas que me cercam, acho que esse é o ônus da verdade inteira, da confiança sem medida.

Talvez isso soe triste, mas tenho pensado que entregar-se sem reservas é uma estupidez, fico atrapalhada e bagunçada nesses adágios sobre a minha relação com o outro e penso: “Deve mesmo ser tudo uma grande parvoíce!”.

Deve ser porque estou deixando de acreditar nas pessoas, afinal de contas, até onde elas se mostrarão abstratas? Será que a entrega tem sido solitária e só agora estou me dando conta?

Pensava e me questionava... E se eu não me importasse tanto? E se eu me valorizasse mais? E se eu não levasse tanto a sério? E se eu me calasse? E se amanhã não for nada disso?

E se... E se... E se...

Não sei! Só tenho pena do tempo entregue, da veracidade extremamente doada, da visão cheia de luminosidade tentando apalpar um contato fiel.

Tenho pesar pela presença que talvez se transforme em ausência, cansei de ficar com o olhar pidão na direção de quem finge não me ver.

Assim, por ora, ficarei na minha chuva, vou me molhar um pouco, para quando meu sol sair ou se esconder, porque amanhã pode ainda estar nublado, descobrir o que ainda sobrou de todas essas experiências, então decidirei se regressarei com reservas ou sem elas.

By Anne Alves