quinta-feira, 5 de abril de 2012

Jujuba*

Já faz algum tempo que você está em minha vida e acredito que nunca pude dizer, ao menos com palavras, o quanto você é importante para mim.

Na maturidade dos nossos vinte e poucos anos pude experimentar a beleza de uma amizade sem reservas, de reencontrar a cumplicidade que um dia deixei grudada no miolo da flor.

É a ternura desta amizade que me faz entregar afetuosamente os pedaços dos meus planos, conselhos, segredos e quimeras; dividir contigo a minha vida, o meu tempo e os meus dias me faz muito bem, sempre me fez. Quando Deus me deu você eu já sabia da tua importância e não me admirei quando a nossa biografia foi se costurando em grandes e importantes momentos... Eles foram sempre tão únicos minha amiga, tão cheios de verdade... Fizeram-se tão simples, tão complexos, também tão alegres e duros... E foi durante esse tempo, de candura e avidez, de conhecimento mútuo e solitário... Que a amizade se enraizou.

Naquele tempo de entrega e recolhimento, onde vivemos, tropeçamos e amadurecemos percebi que você era bem maior do que eu imaginava... Isso o tempo soube me mostrar com doçura e sabedoria, afinal, decidimos juntas, pegar o mesmo trem, subir no mesmo vagão e buscar a direção, o rumo, o caminho certo para as nossas vidas.  A intenção era estarmos juntas para apreciarmos as mesmas paisagens, para darmos o mesmo riso e quando acontecer derramar também a mesma lágrima.
(a gente sempre chora quando vê a outra chorar)

Nossa amizade... Dela guardo muitas retentivas e ao lembrá-las detenho em minha face um leve sorriso, depois um suspiro e volto a sorrir pra depois sentir um pesar da gente... Temos grandes histórias pra contar, viu minha cara?! Coisas que a vida nos ensinou cedo demais.
A vida não se fez, aliás, não se faz fácil pra nenhuma de nós; a dureza da infância, atrelada ao amor dos nossos avós nos fez meninas sensíveis a realidade da família que no futuro ampararíamos e fortes para percebermos que escrever uma história não é fácil, mas com erudição ela pode sim ser caligrafada com muito prazer. Sei que eles (os nossos avós) estão exultantes conosco, pois a essência ficou, as lições ficaram... Ficou o amor!

MINHA AMIGA, obrigada por tudo que você é... Por tudo que tem feito por mim... Eu te vi passar por cima da tua dor para poder amenizar a minha, tem gente que cai na besteira de dizer que não são nos piores momentos que se conhece o verdadeiro amigo, mas se não for neles quando então?
É na fraqueza que se enxerga a mão estendida, é nela que o abraço amigo fica ainda mais forte e importante, que o olho no olho mais parece um oceano sublime querendo dizer: Isso vai passar! É quando podemos perceber o suspiro de tristeza ao ver o amigo derramar o seu sofrer... Senti isso de você quando precisei; o seu cuidado, a sua preocupação, mesmo quando os dias foram passando.

Isso se chama generosidade.

Você tem sido assim comigo, generosa... Pondo-me em uma posição que nem sei se mereço, me tecendo comentários tão positivos que a minha simples existência se encabula, contudo, isso tem enchido o meu coração, tem alimentado o meu ser, me sinto útil e isso é importante pra mim.

Que um dia eu possa te oferecer o mel de todas as flores, antes mesmo que o beija-flor as aviste.

Por enquanto minha amiga, guarde no seu coração, sem dúvida e sem receio essa sua companheira, que não é perfeita, nem dona da verdade, mas carrega consigo a felicidade de simplesmente tê-la em seu ser. Que quer ver você bem maior que ela e que acima de tudo deseja que esta amizade seja clara como o dia e alegre como a gargalhada de uma criança.
  
Sinta o meu abraço!
Com amor, Anne Alves.