segunda-feira, 13 de abril de 2015

Outro dia falo de amor

Somos todos dotados de defeitos e qualidades. Temos paciência e limitações, e muitas vezes arriscamos sentimentos de carinho por outros seres que também possuem deformidades como nós. E é aí que mora o perigo das relações, entender o outro com suas distorções.
Aí nos deparamos com um tantão de decepções e arrependimentos que nos fazem calar o ensejo porque falar, às vezes, é mais ferino. O pasmo com determinados comportamentos transforma a gente em seres humanos crus. Porque a tolerância de repente vai embora e já não temos mais a paciência que outrora se fazia senhora da razão; o limite chegou e queremos mesmo é mandar todo mundo pro inferno, por mais que saibamos que isso não é bonito, nem prudente.
É que as fichas vão caindo e vamos enxergando o que antes não se via. Até sabemos que convivência é conhecer com detalhes, e reconhecer que somos imperfeitos, contudo, existem valores que não se podem perder com a aproximação, há comportamentos que nos acompanham em qualquer situação, eles nos retratam e não podem ir embora... É o caráter gritando!
Por esta razão, por acreditar que somos o resumo das nossas ações é que devemos sempre agir com a verdade, ela, sem dúvida, é a nossa melhor aliada; então fale, esboce, rebata, cobre, jogue limpo, são os teus atos que te defenderão, eles serão o teu maior advogado (de defesa ou acusação)... Falar pelas costas não vai resolver nada e o pior, quando achamos certas coisas sobre alguém, certamente este alguém também acha certas coisas sobre nós. 

No fim das contas, ninguém é perfeito pra ninguém. Tudo pode ser recíproco, inclusive a indiferença, ruim mesmo é fazer-se de desentendido, pois, a frieza dos sentimentos cozinhando em uma panela que não tem pressão é como uma comida que ficará dura. 

Somos errôneos, cheios de defeitos e neuroses, como já disse, não existe perfeição e independente do lado da história, do conflito, nos impulsionaremos a defesa, vamos sempre nos justificar; acredito que essa é uma reação normal e natural de todo ser humano, talvez por sermos construidos por valores, certezas, utopias, temperamentos e convicções, somos tendenciosos a acreditamos que o que suspeitamos é real. Isso, certeiramente, se chama desconfiança! O que nada mais é do que a ação devolvida pelas inúmeras vezes em que vimos à falsidade mirar o alheio. Assim, e por esta razão, iremos sempre colocar em prática a alegação e agir com instinto de defesa.
Então, aquela decepção que citei no início se acentua e queremos e preferimos ficar longe, pois a aproximação desce salgada e insossa e cada olhar atravessado é mais uma certeza de que estamos no lugar errado e com as pessoas erradas!
E se permanecermos assim, sem resolver o que está engasgado o afastamento é certeiro e os sentimentos se minarão. Estamos à beira do abismo, talvez a aproximação extrema tenha nos afastado! É preciso correr, apressar-se, ou em muito breve, não existirá mais o nós.

Hoje estou pensando assim, outro dia eu falo de amor!
By Anne Alves