terça-feira, 22 de maio de 2018

Naquele tempo

Houve um tempo em que o medo não era tão constante!
Naquela época éramos programados para contemplar a simplicidade da vida que tínhamos e pra gente isso já era o suficiente para a felicidade ser presente; sobrava-nos tempo para contemplar a imensidão das nossas serras e andar de bicicleta pelas ruas da cidade.
Costumávamos dormir na calçada sobre uma esteira de palha, ouvindo pelo rádio o repertório lovesong.
Naquele tempo, mesmo aqueles que já eram mais velhos e que estavam no auge da juventude, vinham para uma partida de boleado ou sete cacos. Jogavam conversa fora no jardim e tocavam um violão. Ali, todos se agrupavam e formávamos uma única tribo.
Era um tempo onde as risadas corriam soltas, o frescor da vida era bálsamo para acordarmos no outro dia e galgar a caminhada.
 Os vizinhos eram sempre vistos, trocávamos olhares, conversas, conselhos.
Éramos conhecidos pelos nomes, apelidos e parentescos; todo mundo sabia quem era quem e quando alguém novo surgia logo o cercávamos para saber de quem se tratava.
Éramos solícitos, acolhedores!
Tenho saudade desse tempo que vivi.
Sinto falta do cheiro das plantas que tinham no jardim, sinto falta do pipoqueiro que ofertava pipocas para mim.
Tenho saudade dos bailes do clube da cidade, das tradições que se perderam com as novidades da modernidade.
Sinto saudade das pessoas que povoavam a minha cidade.
Aquele foi um tempo onde valorizávamos até a gambiarra que clareava a rua para os festejos da comunidade.
Era bom!
Era bom encontrar os amigos, sair para brincar na rua, era bom colecionar papéis de carta!
Era bom correr apenas pela brincadeira, preocupar-se somente com as estratégias do jogo, suar porque a diversão tinha sido grande!
Era bom! Naquele tempo tudo era bom!
E nós sabíamos o quanto tudo aquilo se tornaria importante para formar os adultos que hoje somos!
SAUDADE DAQUELE TEMPO!

                                                                                                                      By, Anne Alves

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