Antes, na minha insignificância,
acreditava que todo mundo só deixava de fazer determinadas coisas por alguém
quando o desejado não estava ao seu alcance ou a oportunidade não batia na
porta. Enganei-me?! Ou reafirmei o que outrora já passeava por minha mente?!
Hoje, descobri que realmente fazer o bem não está ao alcance de todos e que
existem pessoas que não conhecem o significado da palavra oportunidade e muito
menos de criá-la. Para isso é preciso adaptar-se ao respeito e a valorização,
que são adjetivos para substantivos próprios que entendem que o outro é um ser
único, merecedor e capaz de adquirir a sua dignidade. Seja por meio da
oportunidade que surge ou da que você faz acontecer.
Pensava que olhar pra frente e
buscar a melhoria para o que não vai bem fosse o alvo de todos os envolvidos
com aquele meio. Aff, despenquei do barranco com a cara no chão quando comecei
a entender o porquê das boas ações sem interesse não acontecerem. Entendi que a
gente só ajuda o próximo se a bondade de Deus nos alcançar. Entendi também que
quem tem boca fala o que quer e não se responsabiliza pelos falsos que
levantam. Entendi que amar é o verbo que conjuga o homem. Sem amor as ações são
mornas, a luz vira escuridão e o som se converte em silêncio, e isso, às vezes,
dói, desespera, choca!
Sai por ai e depois de correr por
alguns trechos, conhecer pessoas e lugares, compreendi que somos tão pequenos,
ingênuos e utópicos. Vi gente grande se fazendo criança e tanta criança que
mais pareciam gente grande! Vi tanta gente achando que é o rei da cocada preta
e tanta cocada de coco disfarçada de licuri.
É mesmo muito triste agarra-se ao
“não posso”, “não vai dar certo”, “nem vou tentar...” é triste ver uma
andorinha querendo fazer verão sozinha, é triste olhar para os cantos e ver que
aqueles que deveriam batalhar por quem ainda é menor, se omite com medo de lutar.
Mas, onde está a utopia, em mim
ou neles? Sei lá!
By Anne Alves